Parte da comunidade brasileira que vive na Flórida teve que se mobilizar com a chegada do furacão que atingiu o estado na noite desta quarta, provocando destruição e mortes. Brasileiros relatam passagem do furacão Milton, na Flórida
GloboNews/Reprodução
O furacão Milton, que atingiu a Flórida na noite desta quarta-feira (9), colocou brasileiros que vivem no estado norte-americano em alerta. A Flórida é o terceiro estado americano com a maior concentração de brasileiros. São 295 mil, de acordo com a estimativa do documento “Comunidades Brasileiras no Exterior”, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
À Globonews, alguns desses brasileiros deram seus relatos de como enfrentaram a madrugada que culminou com a passagem do furacão. Em algumas regiões, tornados também causaram estragos.
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Veja, abaixo, alguns dos relatos desses brasileiros:
Noite dentro do carro
Brasileiro passou a noite dentro de carro após fugir de furacão
Rossano Torman mora em Fort Myer, ao sul de Tampa. Para fugir do furacão Milton, ele buscou abrigo na cidade de Deerfield Beach, na costa leste do estado.
“Acabei me refugiando em um estacionamento todo de concreto, onde acabamos ficando mais seguros”, disse.
Ele conta que o plano inicial era ficar em casa, mas acabou tendo que sair por ordem das autoridades.
“Eu fechei a casa toda com madeira nas janelas e pretendia ficar por lá. A polícia ordenou que eu saísse, e utilizei a rota de fuga”.
Ele diz que, após a fuga, viu um vídeo de um tornado passando no bairro dele e ainda não sabe se a casa está inteira. Em 2005, ele conta que perdeu tudo durante a passagem do furacão Wilma.
“O vento canalizou pelo meu apartamento, arrancou portas, janelas e paredes. É a segunda vez que passo por essa experiência”, relatou.
Noite sem dormir
Brasileiro relata estragos do furacão Milton em Tampa, na Flórida
O empresário brasileiro Sandro Tamiozzo, que vive em Tampa há mais de 10 anos, diz que se preparou para enfrentar o furacão com estoque de água e comida.
“Foi uma noite que ninguém dormiu. O grande problema foi o vento, que foi muito forte, mas como moro em uma área que fica a 7 metros do nível do mar, não foi necessário evacuar”, conta.
Apesar disso, o brasileiro conta que viu muitos bairros alagados.
“Tenho um primo que foi para um abrigo e outro primo que teve o telhado destruído por causa do vento. Não tive contato com eles ainda porque estamos sem luz agora”, explica.
“Foi bem assustador”
‘Foi bem assustador’, diz brasileira que mora em Tampa
Mara Rubia Santos, que mora em Tampa há 8 anos, conta que esse foi um dos piores furacões que já presenciou. Ela conta que a casa dela ficou sem energia elétrica, assim como a de mais de 3 milhões de pessoas no estado. Ela diz que a orientação é e que as pessoas permaneçam onde estão e evitem circular pela cidade.
“O momento mais difícil foi por volta das 2h. Tinha vento e chuva no início, mas nesse horário tentei olhar para janela e não dava para ver nada. Foi bem assustador”, conta.
Agora ela diz que a preocupação é pela falta de energia e com as pessoas que perderam as casas.
Ela diz que, apesar do susto, não pensa em sair da Flórida. “O meu marido foi transferido para trabalhar aqui e é onde está a nossa vida. É se preparar e fazer o e melhor que a gente pode”, conta.
“A maior dor é deixar tudo para trás”
‘A maior dor é deixar tudo para trás’, diz brasileira após sair de casa em Tampa
Ana Paula Crescencio de Souza também Mora em Tampa, mas se deslocou para Saint Cloud, na região de Orlando. Ela conta que nunca passou por isso.
“Eu sou do interior de São Paulo, uma cidade tranquila, e o máximo que pode ter é uma vaca batendo em outra vaca. Foi muito desesperador”, conta.
Ela conta que se refugiou na casa do patrão de uma amiga em Saint Cloud. “A maior dor é deixar tudo para trás”.
No local do abrigo, não foram registrados danos consideráveis. A brasileira diz que acompanhou a destruição do condomínio onde mora pelas câmeras de segurança.
As primeiras informações dizem que não é possível retornar por causa dos estragos nas ruas.
Susto e recuperação rápida
‘Estou impressionada como a cidade está funcionando rápido’, diz brasileira na Flórida
Aline Nas mora em São Petersburgo, na Flórida, em um prédio ao lado do local onde um guindaste caiu e atingiu um prédio. Apesar do susto, ela relata que a cidade já começa a voltar ao normal com o fornecimento de alguns serviços.
“Estou impressionada como a cidade está funcionando bem rápido. A gente não ficou sem energia na minha área, a água já está voltando e o esgoto também. Assim que passa o furacão, as pessoas vão trabalhar. Por volta das 3h já tinha gente na rua tentando fazer voltar a energia e a água”, conta.
Ela diz que recebeu mensagem de emergência na manhã desta quinta pedindo para que ficasse em casa, pois os serviços públicos precisam das ruas livres para trabalhar.
A brasileira mora na Flórida há quase cinco anos e diz que já passou por quatro furacões. “Eles alertam e nos preparam muito para isso, sempre esperando o pior”, conta.
Brasileira trabalha na prefeitura de Tampa
Brasileira que trabalha na prefeitura de Tampa relata passagem de furacão
Aline Amaral está fora de casa desde segunda-feira (7) por causa da passagem do furacão Milton. Ela é funcionária da prefeitura de Tampa e relata que a cidade se preparou com bastante antecedência.
Nesta quinta, após a passagem do furacão, ela diz que foi convocada para voltar para a cidade.
“Vamos tirar fotos de tudo o que aconteceu para colocar na base de dados do governo, para que possam fazer uma estimativa do quanto vão precisar gastar”, conta.
Segundo ela, a prioridade da cidade no momento é pelo restabelecimento da energia elétrica. “A nossa prefeita falou para ninguém voltar para casa ainda, pois a nossa equipe vai a campo para ver se é seguro as pessoas voltarem”, relata.
Cruzeiro na rota do furacão
Braiseiro ‘preso’ em cruzeiro que estava na rota de furacão diz não saber destino de navio
O empresário brasileiro Kadu Rodrigues está em um cruzeiro nas Bahamas e conta que o navio teve que desviar a rota por causa do furacão Milton.
O navio saiu no dia 7 de outubro, de Tampa, e faria o caminho do furacão, mas no sentido inverso. Por conta das previsões meteorológicas, a rota foi modificada.
“Com a mudança da rota, ficou definido que iríamos para Bahamas e depois voltaria para Tampa. No meio da viagem, foi dito que o porto não teria condições de parar em Bahamas e ainda não sabemos onde vamos parar”, conta.
O brasileiro diz que deixou o carro no estacionamento do porto de Tampa e não sabe o que aconteceu com ele. As últimas informações, segundo o empresário, é de que o Navio não irá desembarcar em Tampa.
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